Magistrado salientou pontos
importantes sobre proteção de dados pessoais.
A Lei Geral de Proteção de Dados foi o foco de uma entrevista concedida pelo
diretor-geral da Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul
(ESMAFE/RS), juiz federal Oscar Valente Cardoso, ao programa Jornal da Justiça
- 2ª edição, da Rádio Justiça. O bate-papo com a repórter Natália Ribeiro
aconteceu na última semana e teve como ponto de partida uma decisão da Justiça
Federal paulista que condenou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a
indenizar uma beneficiária por não proteger corretamente os dados pessoais
dela.
Segundo o processo, a requerente
passou a receber diversas ligações, de cinco instituições financeiras
diferentes, depois de obter um benefício de pensão por morte, em 2021. A
Justiça entendeu que o INSS não zelou pelas informações pessoais da segurada e
determinou que a União pague a ela uma indenização de R$ 2,5 mil.
Segundo Valente Cardoso,
coordenador do Comitê Gestor de Proteção de Dados do TRF4, dado é qualquer
informação que identifique, de forma direta ou indireta, uma pessoa. Ele
acrescenta que a LGPD não veio para proibir o compartilhamento, mas sim para
regular e dizer o que pode ou não pode.
“Hoje nós estamos numa sociedade
da informação, na qual os dados valem muito. A LGPD é uma lei recente, em vigor
há cerca de um ano e meio. Antes dela, essa ausência de regulação dava uma
liberdade maior para esse tipo de compartilhamento”, explicou. “Existe no
Brasil, e no mundo todo, um grande comércio de bancos de dados para empresas
que vão usá-los para obter lucro, o que provavelmente aconteceu nesse caso”,
salientou o magistrado, afirmando que a Administração Pública possui regras
específicas previstas na LGPD.
Você pode ouvir a entrevista completa no site radiojustica.jus.br, clicando no arquivo do programa do dia 23/6.